A confiança das famílias baianas retrocedeu em setembro, interrompendo uma sequência de quatro meses de relativa estabilidade. O Índice de Intenção de Consumo (ICF), medido pela Fecomércio BA, recuou 2% ante agosto, atingindo 105 pontos – o menor nível desde junho de 2023.
A queda na intenção de consumo foi impulsionada principalmente pelas classes de renda mais baixa, com recuo de 2,2% para quem ganha até dez salários. O acesso ao crédito foi o componente mais afetado, com queda de 3,1%. Quase metade das famílias soteropolitanas (46,1%) declarou maior dificuldade para obter crédito nas compras a prazo, apontou a pesquisa. Este cenário reflete juros altos e inadimplência, tornando os bancos mais seletivos.
A restrição creditícia impactou diretamente a disposição para adquirir bens duráveis, que recuou 2,3%. Cerca de 65% dos entrevistados consideram o momento inadequado para comprar eletrodomésticos. O otimismo com o emprego também diminuiu, com quedas tanto na avaliação atual (-2,5%) quanto na perspectiva futura (-1,8%).
Apesar da inflação controlada, o aumento de endividamentos pressiona o orçamento doméstico. A percepção sobre a renda atual caiu 2,1%. Especialistas indicam que uma redução mais ágil dos juros pelo Banco Central seria crucial para reverter o quadro, facilitando a quitação de dívidas e estimulando compras. Embora o tombo de setembro sirva de alerta, o cenário de médio prazo permite expectativa de melhora até o final do ano.










