A Justiça da Bahia condenou o líder espírita Kleber Aran Ferreira e Silva a 50 anos, 16 meses e 25 dias de prisão em regime fechado por crimes sexuais contra mulheres que frequentavam sua instituição. A decisão do Tribunal de Justiça (TJBA), proferida no último dia 12, acolheu um recurso do Ministério Público estadual para majorar a pena e incluir o crime de estupro de vulnerável.
A sentença inicial, da 4ª Vara de Violência Doméstica de Salvador, era de 20 anos e cinco meses. O MPBA argumentou com sucesso que uma das vítimas estava em situação de vulnerabilidade, devido a embriaguez induzida pelo próprio acusado, configurando o estupro de vulnerável. O acórdão destacou padrão de manipulação psicológica e espiritual como elemento central dos crimes.
Kleber Aran já havia sido condenado em novembro de 2024 por violação sexual contra três mulheres, sendo obrigado a indenizar cada uma em R$ 50 mil. A investigação, iniciada em 2021 a partir de denúncias encaminhadas pelo projeto Justiceiras, foi conduzida pelo Gaeco e pela 1ª Promotoria de Direitos Humanos.
De acordo com as investigações, o réu se aproveitava de sua posição à frente da Associação Sociedade Espírita Brasileira Amor Supremo (Sebas) para cometer os abusos. Ele afirmava incorporar ‘Dr. Fritz’ e convencia as seguidoras, muitas emocionalmente fragilizadas, de que relações sexuais eram necessárias para “trabalhos espirituais”, fornecendo “energia sexual” para as entidades. As vítimas também relataram serem coagidas a ingerir bebidas alcoólicas durante os rituais, o que facilitava os abusos.










