Um acordo entre o Ministério Público da Bahia (MPBA) e a Prefeitura de Juazeiro tenta finalmente resolver os crônicos problemas do transporte público municipal, marcado por décadas de má gestão e falta de fiscalização. Homologado na quarta-feira (6), o pacto surge após anos de operação irregular, sem licitação, que prejudicou a qualidade do serviço para a população.
“É um dia histórico, onde apresentamos uma pactuação que garante melhores condições de transporte para quase 300 mil pessoas, solucionando um problema que se arrastava há mais de 50 anos”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Pedro Maia. Apesar do otimismo oficial, o desafio agora é cumprir as promessas em um sistema que sempre foi alvo de reclamações por atrasos, frota sucateada e falta de transparência.
Problema antigo, solução urgente
Sem licitação formal, o transporte público de Juazeiro operava em um vácuo regulatório, dificultando melhorias e permitindo falhas recorrentes. O acordo prevê uma contratação emergencial por 12 meses, até que uma licitação definitiva seja concluída. Enquanto isso, a Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) terá a difícil tarefa de fiscalizar rotas e horários – um dos principais pontos de insatisfação dos usuários.
Mudanças prometidas, mas ainda incertas
O texto do acordo inclui a renovação da frota, com ônibus acessíveis e monitoramento em tempo real via aplicativo. No entanto, a efetividade dessas medidas dependerá da fiscalização e do cumprimento dos prazos. O juiz da Vara da Fazenda Pública determinou que a atual operadora deixe o serviço em 30 dias, mas a transição exigirá esforço para evitar mais prejuízos à população.
O prefeito Andrei Gonçalves afirmou que o acordo representa “um novo capítulo para a mobilidade urbana de Juazeiro”, mas o verdadeiro teste será a implementação das mudanças em um sistema que há anos decepciona os passageiros.