Lula cobra respeito de Trump em entrevista ao New York Times

Foto: Reprodução, The New York Times/Victor Moriyama

Em entrevista ao jornal The New York Times, de Nova Iorque, dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou sua disposição para negociar com os norte-americanos, mas criticou a falta de reciprocidade do governo de Donald Trump, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que entra em vigor nesta sexta-feira (1º), foi classificada pelo líder brasileiro como um desrespeito à soberania do Brasil.

“Eu quero ser tratado com respeito”, declarou o presidente, ao destacar as tentativas frustradas de diálogo. “Eu designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia, para que todos conversem com seus equivalentes nos EUA para entender qual é a possibilidade de conversa. Até agora, não foi possível”, afirmou, mencionando esforços de seu vice-presidente e ministros para engajar autoridades americanas sem sucesso.

Lula negou qualquer postura submissa e ressaltou a independência do Judiciário brasileiro, rebatendo alegações de “caça às bruxas” no julgamento de Jair Bolsonaro (PL). “Tenham certeza de que estamos tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, disse, enfatizando que o país não aceitará negociações desiguais.

O presidente alertou ainda que os consumidores americanos arcarão com os custos das tarifas, elevando preços de itens como café, carne e suco de laranja. “Sabemos do poder econômico dos Estados Unidos, reconhecemos o poder militar dos Estados Unidos, reconhecemos a dimensão tecnológica dos Estados Unidos. Mas isso não nos dá medo, isso nos causa preocupação”, concluiu.

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