Um estudo realizado pela Fecomércio BA, divulgado nesta sexta-feira (25), apontou que sete em cada dez famílias soteropolitanas estão endividadas, segundo a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O índice subiu de 64,9% em março para 69,7% em julho, atingindo 656,2 mil domicílios – 45,3 mil a mais em cinco meses.
Crédito em alta, inadimplência sob controle
Apesar do crescimento no número de endividados, a taxa de inadimplência recuou levemente, de 24% para 23,8%. O dado contrasta com o mesmo período de 2023, quando o percentual era de 25,6%. Segundo a Fecomércio, o mercado de trabalho tem sido fundamental para sustentar o acesso a empréstimos, mesmo com juros elevados.
O cartão de crédito continua sendo a principal fonte de dívidas (91,1%), seguido por carnês (6,6%) e consignado (5,9%). O tempo médio para quitação das dívidas chegou a 6,4 meses, indicando maior participação de financiamentos de médio e longo prazos.
Renda comprometida, mas dentro do limite
As famílias destinam, em média, 29,7% da renda aos pagamentos – patamar estável ante junho (29,5%) e inferior ao de julho do ano passado (30,6%). O cenário sugere que o crédito não está sendo usado de forma descontrolada, sustentado pela manutenção do emprego.
Embora o atraso no pagamento de contas tenha aumentado – reflexo da inflação no início do ano –, a pesquisa aponta estabilidade. “O emprego garante condições para o crédito, mas é preciso atenção aos prazos”, destaca o relatório.
