Um novo caso de violência contra profissionais da imprensa expôs, nesta sexta-feira (25), a vulnerabilidade de quem trabalha com jornalismo na Bahia. O repórter Mateus Borges e o cinegrafista Tarcísio Lima, da TV Record Bahia, foram agredidos ao vivo durante a cobertura de um acidente na Avenida Garibaldi, em Salvador. Imagens da reportagem mostram os ataques, enquanto a equipe registrava o ocorrido.
O episódio reforça um dado alarmante. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), o estado segue, pelo terceiro ano consecutivo, como o que mais registra violência contra jornalistas no Nordeste. Dados do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil 2024 apontam que a Bahia concentra 6,25% dos casos nacionais.
Democracia sob ameaça
Moacy Neves, presidente do Sinjorba, condenou o ataque. “Ataques a jornalistas são ataques diretos à democracia. Nenhuma circunstância justifica a violência contra trabalhadores da imprensa, que têm como missão informar a sociedade com ética e responsabilidade”, disse.
O Nordeste responde por 25% das agressões no Brasil, sendo as físicas as mais frequentes (30% dos registros). O Sinjorba e a Fenaj cobram apuração rigorosa do caso e medidas protetivas para a categoria. A agressão será incluída no relatório nacional e monitorada pela Rede de Combate à Violência, coordenada pelas entidades.