As vendas do comércio varejista na Bahia recuaram 0,7% em maio de 2025 na comparação com abril, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). O resultado contrasta com a estabilidade nacional (-0,2%) e ocorreu apesar do Dia das Mães, tradicionalmente um dos períodos mais movimentados para o setor.
Pressão de preços e endividamento freiam consumo
O desempenho negativo reflete a alta nos preços, especialmente no segmento de Habitação. O IPCA saltou de 0,14% em abril para 1,19% em maio, enquanto a Região Metropolitana de Salvador registrou inflação de 1,38% nesse grupo. Outro fator foi o aumento do endividamento: 78,2% das famílias baianas estavam com dívidas em maio, ante 77,6% no mês anterior, segundo a CNC.
Comparação anual ainda mostra crescimento
Em relação a maio de 2024, houve avanço de 1,1% no estado e 2,1% no país. No entanto, o resultado foi moderado pelo “efeito base”, já que no mesmo período do ano passado as vendas subiram 10,6%. A Fecomércio BA e CNC ainda apontaram queda de 0,7% no Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), sinalizando menor confiança dos consumidores.
Destaques por segmento
Hipermercados e supermercados tiveram alta de 2,1%, beneficiados pela desaceleração nos preços de alimentos. Móveis e eletrodomésticos cresceram 11,6%, impulsionados pelo Dia das Mães – com destaque para eletrodomésticos (+16,7%). Já o varejo ampliado (incluindo veículos e materiais de construção) ficou estável (-0,1%) mensalmente, mas acumula queda de 2% no ano.
Desempenho negativo em setores-chave
O atacado de alimentos e bebidas recuou 13,8%, e materiais de construção caíram 1,8%. Em contraste, veículos e motocicletas avançaram 5,7%, indicando demanda seletiva diante do cenário econômico desafiador.