Uma operação da Polícia Civil da Bahia resultou na morte de quatro integrantes da facção Comando Vermelho (CV) nas comunidades do Emissário de Arembepe e da Aldeia Hippie, em Camaçari, região metropolitana de Salvador. Outros dois criminosos foram presos. As localidades eram utilizadas como centros de armazenamento de drogas e armamentos, além de ponto estratégico de comando da facção.
Durante a ação, batizada como Capitães da Areia, policiais também cumpriram 21 mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos uma granada, três pistolas com seletor de rajada, dois revólveres, uma espingarda, carregadores — inclusive modelos alongados e em caracol —, além de drogas, embalagens e equipamentos relacionados ao tráfico.
Em um dos desdobramentos da operação, um dos alvos reagiu à abordagem, foi baleado e, ao tentar fugir, fez uma mulher refém dentro de uma residência. Após negociação com a equipe da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), o criminoso libertou a vítima e se entregou.
De acordo com as investigações conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari (DH), as comunidades eram exploradas pelo CV por conta da vegetação densa, acessos restritos e grande circulação de moradores e turistas — fatores que dificultam a atuação policial e facilitam a logística criminosa.
A facção é apontada como responsável por crimes de grande repercussão, como os assassinatos dos irmãos percussionistas Gustavo Natividade, de 15 anos, e Daniel Natividade dos Santos, de 21, em outubro de 2024. Os jovens, que integravam o grupo afro Malê Debalê, foram mortos após aparecerem em uma foto com sinal de uma facção rival.