Cid confirma que Bolsonaro mudou plano para prender Moraes

Foto: Reprodução, Youtube/STF

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), confirmou que o ex-presidente leu e alterou um documento que previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes. A declaração foi feita, nesta segunda-feira (9), durante interrogatório no âmbito da delação premiada firmada com a Polícia Federal.

“Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”, afirmou Cid, destacando que colaborou com a delação premiada “por vontade própria” e sem pressões. Ele também reforçou versões anteriores sobre o caso.

Segundo o militar, Bolsonaro revisou o texto que previa o golpe de estado, retirando a menção à prisão de outras autoridades, mantendo apenas Moraes como alvo.

O plano ainda incluía a formação de uma comissão para anular as eleições de 2022 e convocar novo pleito. “Eu não me ative muito aos detalhes do documento, mas seria para conduzir uma nova eleição, baseada em uma eleição anulada”, explicou.

A PGR aponta Cid como um dos envolvidos no suposto núcleo golpista, mas com “menor autonomia decisória”. Ele é acusado de repassar ordens e coordenar ações com outros militares para desacreditar o processo eleitoral.

Os outros sete acusados, incluindo Bolsonaro, serão ouvidos nos próximos dias. A denúncia lista crimes como golpe de Estado e organização criminosa, com penas que podem superar 20 anos de prisão.

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