A Polícia Federal aponta que ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, supostamente deu aval a negociações políticas em Belo Horizonte. Segundo o Blog de Malu Gaspar, de O Globo, ele teria autorizado tratativas entre o empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, e o então prefeito Fuad Noman (PSD) para nomeações em secretarias da capital mineira.
Entre os nomes negociados estava Bruno Barral, ex-secretário de Educação de BH. Ele foi afastado na última semana após virar alvo da terceira fase da Operação Overclean. A investigação apura fraudes em licitações, corrupção, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.
De acordo com mensagens encontradas no celular de Moura, as conversas com Fuad ocorreram logo após sua reeleição. Moura, figura influente no União Brasil da Bahia, pleiteou duas secretarias, incluindo a de Educação. Fuad, por sua vez, tentou oferecer pastas alternativas, como as de Combate à Fome e Mobilidade Social. No entanto, a contraproposta não avançou.
Diante da resistência, Moura afirmou que consultaria a cúpula da legenda, citando Antonio Rueda e ACM Neto. Apesar do impasse, Barral foi mantido no cargo. Além disso, o partido conseguiu emplacar Álvaro Damião como vice-prefeito. Após a morte de Fuad, em março, Damião assumiu a prefeitura.
Durante evento em Salvador, no lançamento da pré-candidatura de Ronaldo Caiado à Presidência, ACM Neto negou envolvimento nas negociações. Ele afirmou ainda que as acusações têm motivação política e seriam articuladas por aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
