O bloco Filhos de Gandhy levou sua tradição ao circuito Barra-Ondina nesta segunda-feira (3), penúltimo dia do Carnaval de Salvador. Com 76 anos de história, o afoxé arrastou milhares de foliões vestidos de branco.
A participação do bloco contou com apoio do governo estadual por meio do Programa Ouro Negro, que destina R$ 15 milhões para blocos afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio no Carnaval e em outras festas populares da Bahia.
O presidente do Filhos de Gandhy, Gilsoney de Oliveira, destacou a importância do apoio financeiro para a continuidade da tradição:
“São 76 anos de resistência, levando essa mensagem de paz e cultura para o mundo. O Carnaval sem o Gandhy não é Carnaval.”
Para os participantes, desfilar no bloco vai além da folia. Danilo Azevedo, que viaja de Sergipe há 20 anos para participar, trouxe o sobrinho de 17 anos para sua primeira experiência.
“Minha família é de origem negra, descendente de quilombolas. Para mim, não é só Carnaval, é relembrar o passado”, afirmou.
Tiago Santos, que sai no bloco desde os 12 anos, reforça o significado da tradição:
“Está no nosso sangue, do povo preto, de Salvador, da Bahia.”
Com seus turbantes, colares azuis e brancos e a tradicional alfazema, os Filhos de Gandhy seguiram pelo circuito reforçando sua identidade e levando gerações.