Em uma operação realizada em Serrinha, no interior da Bahia, três trabalhadores rurais foram resgatados em condições análogas à de escravidão. O caso ocorreu na fazenda Morrinhos, localizada na zona rural do município, a cerca de 60 km de Feira de Santana. De acordo com o Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA), os trabalhadores estavam em situação degradante, sem condições dignas de trabalho e alojamento.
O empregador, identificado como Geraldo de Aragão Bulcão, de 98 anos, foi convocado para um procedimento na Gerência Regional do Trabalho de Feira de Santana na última segunda-feira (24), mas não compareceu e também não enviou representantes. A operação foi conduzida com a colaboração de auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), uma defensora da Defensoria Pública da União (DPU), inspetores da Polícia Rodoviária Federal, além de procuradores e servidores do MPT.
Os trabalhadores foram retirados da fazenda na quinta-feira (20). Apesar de a propriedade contar com boa estrutura e um grande número de animais, como porcos, bois, ovelhas, galinhas e até avestruzes, as condições para os empregados eram precárias. Os três trabalhadores, cujas identidades foram preservadas, viviam em acomodações sem sanitário e sem acesso a água tratada. A cozinha da propriedade estava localizada ao lado de um chiqueiro de porcos, com um forte mau cheiro. Durante a visita, dois trabalhadores estavam aplicando agrotóxicos sem qualquer proteção, enquanto o terceiro cuidava dos animais.
A operação, que visava apurar denúncias de trabalho escravo em diversas fazendas entre os municípios de Irecê e Serrinha, revelou o caso na fazenda Morrinhos como o único que caracterizou trabalho análogo ao de escravo.
