Salvador tem mais de 2,7 mil imóveis abandonados; desabamento de igreja deixa uma vítima

Foto: Ascom-PCBA/Milena Brito
Um levantamento da Defesa Civil de Salvador (Codesal) identificou mais de 2,7 mil imóveis em situação de abandono na capital baiana. Desses, cerca de 15% apresentam risco alto ou muito alto de desabamento ou incêndio, com maior concentração nos centros histórico e antigo da cidade.
Entre as áreas com mais ocorrências está o Pelourinho, onde, recentemente, parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis desabou. Considerada uma das principais expressões do Barroco brasileiro, a igreja, conhecida como “Igreja de Ouro”, possui interior revestido com talha dourada e foi construída entre os séculos XVII e XVIII. O templo é listado entre as Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo.
De acordo com Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a administração da igreja solicitou uma vistoria para verificar problemas no teto na última segunda-feira. A inspeção dos técnicos estava programada para esta quinta-feira (6), seguindo o protocolo padrão do instituto, que não indicava caráter emergencial.
— Se o frade responsável pela igreja considerasse a situação urgente, ele teria entrado em contato diretamente com o superintendente — afirmou Grass ao g1.
Além do Pelourinho, a Codesal identificou imóveis abandonados em bairros como Comércio, Santo Antônio, Barbalho, Soledade, Barroquinha, Baixa dos Sapateiros e Saúde. O diagnóstico foi realizado em 2023 por meio de vistorias técnicas, que analisaram estruturas potencialmente ameaçadas. Na época, o órgão apontou que 117 imóveis estavam em risco muito alto de desabamento, enquanto outros 288 apresentavam risco alto.
Desabamento deixa uma vítima fatal
O desabamento de parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis resultou na morte da turista Giulia Panchoni Righetto. Além dela, outras cinco pessoas sofreram ferimentos leves.