Ouça a Rádio Soteropoles aqui

Cacique da Aldeia Águas Belas é preso por envolvimento em morte de indígena

 Cacique da Aldeia Águas Belas é preso por envolvimento em morte de indígena

Foto: Divulgação/PC

Compartilhe

O cacique da aldeia Águas Belas, Evail da Conceição, conhecido como Baia, foi preso nesta segunda-feira (15) sob a acusação de envolvimento na tortura que resultou na morte de Miscilene em um território vizinho. A prisão ocorre no contexto de investigações da Polícia Civil que também apontam que parentes do cacique estão envolvidos em um assassinato ocorrido na própria aldeia em abril deste ano.

De acordo com o delegado Moisés Damasceno, titular da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Teixeira de Freitas), a morte de Miscilene no final de semana passado não tem uma relação direta com o crime de abril, embora o cacique Baia seja um ponto de conexão entre os dois casos, ambos ocorrendo em aldeias vizinhas.

“Parentes do cacique da aldeia Águas Belas foram responsáveis pelo crime de abril. Sabemos que ele não é bem visto entre as comunidades. Segundo as informações, parece que eles formaram uma espécie de ‘milícia’ que oprime outras aldeias, configurando uma espécie de conflito político, e não uma disputa por terras,” explica o delegado Moisés Damasceno.

Investigações revelam que o cacique Baia, também conhecido como Evail da Conceição, seria membro de uma “milícia” indígena na região sul do estado. Familiares do cacique são suspeitos de terem assassinado o indígena Amarilson Conceição de Oliveira com tiros e facadas no dia 6 de abril, e até o momento, ninguém foi preso pelo crime.

Na segunda-feira (15), além do cacique Baia, foram presos três homens envolvidos na morte de Miscilene. A indígena foi agredida após a casa onde morava com seu companheiro, Lucimar Rocha da Silva, 40, pegar fogo acidentalmente quando ele queimou notas de dinheiro durante uma discussão. O irmão de Lucimar, enfurecido pela morte, ameaçou Miscilene e, com o cacique Baia, a torturou e a matou com um golpe de enxada, jogando seu corpo nos restos queimados da casa. O cacique, o irmão de Lucimar, o pai e o cunhado do cacique foram presos em flagrante. As defesas dos suspeitos não foram localizadas pela reportagem.