Cannabis x SUS: Associação da Bahia enxerga impacto positivo na nova decisão

 Cannabis x SUS: Associação da Bahia enxerga impacto positivo na nova decisão

Foto: Divulgação

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Luana Neiva*

A cannabis é popularmente conhecida como a planta da maconha, que tem grande potencial de uso para fins medicinais e já é liberada em alguns países. Porém, no Brasil, o assunto ainda é bastante discutido acerca da sua liberação no país.

Na última semana inclusive foi divulgado que o SUS de São Paulo agora poderá oferecer acesso gratuito a produtos à base de cannabis para pacientes em tratamento que precisam do uso dessa substância. O governador, Tarcísio de Freitas assinou na terça-feira (31) a lei de autoria do deputado Caio França, que havia sido aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo em dezembro de 2022.

Pensando nisso e para falar sobre esse assunto que gera tanta polêmica e dúvidas acerca da legalização, o Soteropoles entrevistou o fundador e Presidente da Associação para Pesquisa e Desenvolvimento da Cannabis Medicinal no Brasil e vice-presidente do Conselho estadual de políticas sobre drogas – BA, Leandro Stelitano que pontuou os benefícios que essa decisão pode trazer para o estado da Bahia.

Leandro Stelitano relatou primeiramente que a Associação da Bahia existe desde 2017 e que hoje atende mais de mil famílias de forma gratuita. O presidente da Associação ainda pontuou que o local conta com uma equipe de catorze médicos voluntários. Com essa novidade, o Presidente da Associação para Pesquisa e Desenvolvimento da Cannabis Medicinal no Brasil acredita que essa decisão poderá beneficiar não só os pacientes do local, mas também para toda a população de Salvador.

“O projeto de lei que foi aprovado pela Câmara dos vereadores, foi feito pelo vereador André Fraga do partido verde juntamente com a associação da Bahia e vai ser sancionado pelo prefeito. Nós esperamos que nessa nova legislatura, que tenhamos uma legislação estadual como aconteceu no estado de São Paulo”, disse Leandro Stelitano.

Questionado sobre o impacto desse projeto de lei em Salvador, Leandro Stelitano pontuou que é extraordinário, já que os medicamentos disponíveis na farmácia com base nessa substância possuem um preço exorbitantes por conta da matéria prima importada. “A partir do momento, onde se existe uma regulamentação, onde a medicação vá ser distribuída através do SUS, isso se torna uma solução paliativa”.

Já sobre como ter acesso ao tratamento dentro da lei, o vice-presidente do Conselho estadual de políticas sobre drogas – BA relatou que o primeiro passo é buscar um médico, para se fazer a consulta e ter uma prescrição. “A partir disso, a pessoa deverá fazer um cadastro de autorização de importação da Anvisa, caso seja liberado, basta comprar a medicação autorizada pelo órgão. Porém, também existe a segunda forma, onde o paciente através da prescrição médica, compra o medicamento necessário, mas pagando um preço maior”.

Para finalizar, Leandro Stelitano frisou que muitas pessoas ainda não entendem os benefícios do uso da cannabis para tratar as mais diversas patologias, mas acredita que com a informação e com a demonstração dos resultados positivos em tratamentos de doenças, será possível fazer com que a população entenda a importância da utilização da erva.