Salvador é a segunda cidade com mais homicídios, depois do Rio de Janeiro

 Salvador é a segunda cidade com mais homicídios, depois do Rio de Janeiro

Foto: Ascom-PC/Haeckel Dias

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Um levantamento feito pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ), no primeiro trismestre de 2024, aponta que Salvador ocupa o segundo lugar em relação ao crime entre os municípios, o estado por sua vez lidera ranking de registros de homicídios dolosos , ou seja com intenção de matar. Isso se deve a organização de grupos criminosos, a renda per capta, além da falta de educação básica de qualidade, o que tem refeltido de forma negativa não somente para quem vive o drama do medo e violência mas, a sociedade como um todo.

Somente no primeiro trimestre do ano, a capital baiana registrou 236 homícidios, concentrando 19,20% dos homicídios que ocorreram no estado e só ficando atrás da cidade do Rio de Janeiro, com 257 registros nos primeiros três meses, em território nacional. Considerando o mês de abril já foram registrados 308 casos de homícidios dolosos. Em 2023 o Rio de Janeiro foi líder em vítimas de homícidios com 1.118 casos, Salvador ficou em segundo lugar com 986.

Em entrevista ao jornal Correio, o professor do Mestrado em Segurança Pública, Justiça e Cidadania e coordenador de inovação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Horácio Nelson Hastenreiter Filho, explicou que esses números crescentes se deve aos fatores relacionados ao tráfico de drogas na capital com a grande população,a educação básica sem uma assistência assertiva, além de uma renda per capta baixa. “Há uma reorganização dos grupos criminosos que afeta, diretamente, Salvador, o que explica a cidade ter mais homicídios que capitais com muito mais habitantes. Em São Paulo, por exemplo, há uma hegemonia que chegou a reduzir em 65% esse tipo de crime em anos anteriores. Aqui, pelo contrário, há uma disputa contínua que influencia nesses números. Vemos de forma recorrente bairros que são afetados por confrontos”, ressalta o professor. Ele destaca, porém, que esse não é o único fator.

Na educação o IDEB da Bahia foi de 3,6 para o Ensino Médio, o que deixa o estado empatado com Alagoas e Maranhão, e na frente apenas de Rio Grande do Norte (3,4), Amapá (3,3) e Pará (3,2) em nota positiva para educação

Segundo uma pesquisa realizada pelo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2023 do IBGE, a Bahia apresentava um rendimento per capta abaixo da média nacional com um montante de R$ 1.893,00, ficando à frente apenas de Pernambuco (R$ 1.113,00), Alagoas (R$ 1.110,00), Acre (R$ 1.095,00) e Maranhão (R$ 945,00).

“É claro que os investimentos em inteligência e ações policiais são fundamentais porque não se pode cruzar os braços e assistir o que acontece entre esses grupos criminosos. Porém, na medida que destinam investimento para isso, é preciso um movimento para que índices per capta e de educação também alcancem melhora para, no futuro, termos uma projeção melhor”, fala. 

O professor explica que ações devem ser pensadas para melhorar essas questões e obter um resultado positivo tanto para a sociedade quanto para os orgãos públicos.