Após audiência conciliatória, Arquidiocese e Devoção do Bonfim não chegaram a um acordo

 Após audiência conciliatória, Arquidiocese e Devoção do Bonfim não chegaram a um acordo

Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

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A Arquidiocese de Salvador e a Devoção do Senhor do Bonfim se encontraram ontem (13) em audiência conciliatória pela segunda vez para resolver o impasse.A gestão da Devoção tornou-se o epicentro das divergências entre as partes, sendo sujeita a revisão em uma próxima reunião agendada para 10 de junho. As controvérsias surgiram de conflitos entre membros da Irmandade e o reitor da basílica, padre Edson Menezes.

Após meses de disputas, em agosto de 2023, uma intervenção na Irmandade afastou Jorge Nunes Contreiras, juiz da congregação. A intervenção foi suspensa em novembro por decisão liminar, posteriormente derrubada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Após nova eleição, Fernando José Máximo Moreira assumiu como juiz da Devoção. Alguns membros da irmandade se recusaram a participar do pleito, considerando-o ilegítimo, conforme explicado pelo advogado e membro da Devoção, Eduardo Carrera.

“Por que que se tirou a mesa diretora? Por que o cardeal (Dom Sérgio da Rocha) fez isso? Nós entendemos que esse processo não tem legitimidade. Se a intervenção é ilegítima, a eleição também é”, afirma.

A nova eleição interferiu nos oito meses de governança que a antiga chapa ainda tinha e que busca retomar – motivo principal do impasse nesta segunda audiência. O pedido não pode ser atendido por conta do estatuto, de acordo com o advogado da Arquidiocese, Otoney Alcântara.

“Eles querem os 8 meses de volta. Só que isso gera um problema. Tem uma pessoa que está eleita, como é que eu vou tirar essa pessoa? O cardeal não tem poder para isso. É preciso uma intervenção para que o estatuto possibilite esses poderes ao Cardeal”, explica.