Moradores de Cassange reclamam de alagamentos

 Moradores de Cassange reclamam de alagamentos
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O reservatório de amortecimento 01, localizado no Parque Vila das Palmeiras, em Cassange, atuou como uma barreira eficaz contra os estragos das intensas chuvas recentes, evitando que 315 milhões de litros de água, conforme estimado pelo matemático Henrique Águas, contribuíssem para danos adicionais na região.

Segundo a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder),o reservatório faz parte do projeto de macrodrenagem do Ipitanga, em Salvador e Lauro de Freitas, com investimento de R$211 milhões. É uma esperança para moradores próximos à Barragem de Ipitanga 1, que sofrem alagamentos anuais em abril devido às fortes chuvas e à vazão da barragem.

Embora a obra realizada pela Conder incorpore princípios de drenagem sustentável, onde os alagamentos são evitados a partir da retenção de água da chuva com a instalação de seis reservatórios de água integrados a calha do rio ipitanga, o mecanismo não foi o suficiente para evitar o problema.

O morador e liderança de Cassange e Parque São Cristóvão questionou a obra e os efeitos negativos que vem causando as regiões. “Mesmo com esse reservatório, o rio Ipitanga está assoreado e não suporta mais a água da barragem com a chuva e acaba transbordando. E a Conder já respondeu que a obra de macrodrenagem de Joanes e Ipitanga está concluída”.

Segundo o engenheiro civil Luis Edmundo Campos, ex-presidente do Crea-BA e professor aposentado da UFBA, há duas possíveis causas para os alagamentos decorrentes da vazão da Barragem de Ipitanga 1. Ele sugere que o extravasor, presente em todas as barragens para liberar o excesso de água, pode enfrentar interferências que podem ser de dois tipos.

O especialista analisa que, uma vez que foram instalados reservatórios de amortecimento, a permanência do problema – alagamentos decorrentes da vazão da barragem – se dá porque provavelmente o canal de vazão não comporta o volume de água escoado, problema este que pode ser resolvido com a adoção de alternativas. “Se está escoando menos do que estava antes e, mesmo assim está alagando, é sinal de que o canal está com a capacidade menor do que a quantidade escoada. E existe forma de ampliar o canal, seja limpando ou criando outros canais”, sugere.

FONTE:CORREIO

FOTO: Arisson Marinho