Produtos de cooperativas da agricultura familiar da Bahia são exportados para Portugal
Uma ação coletiva inédita está garantindo a exportação de 12 toneladas de produtos da agricultura familiar para Lisboa, capital de Portugal. Segue, nesta terça-feira (2/1), um container com: chocolates em pó e em barra com diversos percentuais de cacau; geleias de cacau, banana, cupuaçu, palmito e outras frutas típicas aqui do estado; cervejas artesanais; frutas desidratadas; farinha de mandioca goma de tapioca hidratada; doces, flocão de milho não transgênico certificado, castanha de caju a e pasta de castanha de caju.
A iniciativa é realizada a partir da parceria entre a Family FarmingBrazil e a Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado da Bahia (Federação Unicafes/BA), que, nessa ação de comercialização, representa as cooperativas baianas envolvidas. Na operação, estão sendo enviados produtos da Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba), Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), Cooperativa dos Produtores de Abacaxi de Itaberaba (Coopaita), Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê (Copirecê), Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã (Coopiatã), Cooperativa Mista dos Cafeicultores de Barra do Choça e Região (Cooperbac), Cooperativa dos Cajucultores Familiares do Nordeste da Bahia (Cooperacaju), Cooperativa Agropecuária do Baixo Sul da Bahia (Coopgeaf), Cooperativa Agrícola da Bahia (Coab) e Cooperativa Cacau Mata Atlântica da Bahia (Coopermata).
O governador Jerônimo Rodrigues lembra que a ação é um conglomerado de construção, que envolve muitas mãos. “É uma alegria muito grande estar aqui hoje, acompanhando esse primeiro processo de exportação conjunta. E eu tenho certeza que isso vai abrir portas para outros países, para outros produtos. Imagine você ter um agricultor na ponta do estado vendo um produto seu saindo, atravessando o oceano, chegando a Lisboa e, lá, sendo comercializado nas gôndolas dos supermercados, mercadinhos, restaurantes, bares de outros países”, observa.
Segundo Rodolfo Moreno, gerente comercial da Coopiatã e diretor de exportação da Unicafes, exportar os cafés era um plano antigo, de quando foi fundada a cooperativa. Ele conta que esse objetivo foi se concretizando a partir do apoio do Governo do Estado, que possibilitou, inclusive, à ida de cooperativas baianas a outros países para expor produtos, a exemplo do Japão, mas que precisava de uma estratégia para o escoamento dos produtos expostos nessas feiras internacionais.
Moreno afirma que, nesse momento, a Family FarmingBrazil será a parceira na implantação de um centro de distribuição, em Portugal, desses produtos para alcançar os mercados da Europa e até da Ásia: “essa estratégia do centro de distribuição vem para realmente inserir os produtos da agricultura familiar [da Bahia] no mercado externo”.
Joara Oliveira, presidente da Cooperbac, explica que está sendo enviada, aproximadamente, uma tonelada de café, entre eleso Cooperbac, Tia Rege, Premium em grãos e moído, Grão de Origem e Feminino. Ela destaca que os investimentos do Estado foram fundamentais para que hoje as cooperativas tivessem essa capacidade de produção.
“Temos a certeza de que se não fossem os investimentos desde a qualificação das propriedades, na agroindústria e nos seus colaboradores, até a comercialização, não teríamos condições de fazer essa exportação. Sem os investimentos, não teríamos produtos de qualidade que os compradores até de outros países exigem, sem contar com a capacitação em gestão, que foi um passo muito importante para a gente entender como funciona a exportação e, ainda, com a Unicafes envolvida”, afirma.
O Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), visando fortalecer a agricultura familiar e promover sustentabilidade no rural da Bahia, apoia cooperativas com investimentos em infraestrutura por meio da construção e requalificação de agroindústrias, tecnologias com máquinas e equipamentos de última geração, energia limpa, como as fotovoltaicas, assistência técnica e extensão rural (Ater), capacitação, apoio à gestão e à comercialização da produção, dentre outras ações, que garantem melhores condições de trabalho e renda para as populações do campo.