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Relação de ministra do turismo com miliciano reforça pressão contra União Brasil

 Relação de ministra do turismo com miliciano reforça pressão contra União Brasil

Lula e Daniela Carneiro – Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

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Menos de uma semana após a posse de Lula (PT), integrantes do governo e aliados relatam desconforto e veem desgaste com a revelação feita pela Folha de São Paulo de que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), mantém vínculos com um miliciano.

Eles dizem que esse elo não é suficiente para afetar a permanência dela na pasta, mas ainda assim, parlamentares petistas e dirigentes de partidos que compõem a base do novo governo admitem que esse episódio deve ser usado para elevar a pressão para que a União Brasil deixe de se declarar independente e entregue para o presidente Lula, a maioria dos seus votos na Câmara e no Senado.

Para esses aliados, Daniela terá que mostrar trabalho logo nos cem primeiros dias de gestão e atuar para garantir a aprovação de propostas no Legislativo, correndo risco de os próprios parlamentares pressionarem por sua saída.

Há ainda um temor que novas revelações tragam desgastes neste início do governo. A exploração do tema pela mídia pode ser prejudicial, já que interlocutores do presidente lembraram que um dos pontos explorados na campanha por ele, foram as relações que a família Bolsonaro tinha com milicianos.

O episódio reforçou a avaliação de integrantes do PT que demonstraram contrariedade com a entrega de três ministérios para a União Brasil.

Rui Costa nega desconforto

O Ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), negou que que a situação da ministra do Turismo, tenha gerado algum desconforto ao novo governo, mas acredita que se “surgirem novas coisas, aí é outra história”.

Rui disse que não há nenhuma coisa concreta no elo de Daniela Carneiro, com a família de Juracy Alvez Prudêncio, conhecido como Jura, que foi condenado e preso com a acusação de chefiar uma milícia na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro

“Não tem até aqui nenhuma outra repercussão, nenhuma materialidade concreta sobre nada que crie nenhum tipo de desconforto até o momento. Se surgirem coisas novas, aí é outra história. Mas até aqui não tem nada que provoque nenhum tipo de desconforto, não”, afirmou o ministro.

Fonte: Folha de São Paulo