Filho de brasileiros, eleito deputado nos EUA, admite ter mentido no currículo
Em novembro, o filho de brasileiros, George Santos, foi eleito deputado com mais de 142 mil votos e com o discurso do “sonho americano”.
Admirador de Trump e Bolsonaro, George se apresentava como filho de imigrantes brasileiros e neto de judeus que teriam fugido do Holocausto. Ele ainda dizia que se formou em duas universidades públicas de Nova York, se tornando um financista de sucesso em Wall Street, com 13 propriedades em seu patrimônio e uma instituição de caridade que já teria resgatado mais de 2.500 cães e gatos.
Na ultima semana uma reportagem do jornal norte-americano New York Times revelou que Santos nunca estudou nas universidades em que falou ou trabalhou nas duas importantes empresas de Wall Street das quais afirmou ter sido funcionário. O jornal informou que a sua instituição de resgate de animais não consta na Receita Federal americana e encontrou informações contraditórias quanto ao seu patrimônio.
Além das mentiras quanto sua formação acadêmica e de trabalho, foi divulgado também, pela CNN e pelo portal judaico americano The Forward que o filho de brasileiros, não é neto de imigrantes judeus. Seus pais nasceram em território brasileiro, a mãe é carioca e o pai mineiro.
Depois de um tempo em silêncio, George apareceu para admitir que havia mentindo sobre algumas informações divulgadas por ele e ainda segundo o mesmo, está arrependido e envergonhado. “Eu não me formei em nenhuma instituição de ensino superior. Estou envergonhado e me arrependo de ter floreado meu currículo”, disse Santos.
Sobre ser neto de judeus, o deputado disse, “eu nunca disse que sou judeu”. Afirmou ele a um jornal americano, contando que sua avó se converteu do judaísmo para o catolicismo. “Sou católico. Mas porque descobri que a família da minha mãe era judia, disse que era “meio judeu”. completou.
George Santos ainda é réu em um processo no Tribunal de Justiça do Rio. Segundo registro de 2008, ele foi indiciado pelo crime de estelionato. O republicano teria utilizado o talão de cheques e falsificado a assinatura de um idoso que sua mãe cuidava para compras em Niterói. A ação foi suspensa depois que ele não foi achado para citação.
Ele nega que tenha qualquer problema com a justiça brasileira e norte-americana.