Em maio, vendas do varejo baiano retraíram 2,5%

 Em maio, vendas do varejo baiano retraíram 2,5%
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Foto: Mateus Pereira/GOVBA

O comércio varejista baiano retraiu suas vendas em 2,5% em maio de 2023 frente ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. No cenário nacional, na mesma base de comparação, os negócios também retraíram (-1,0%). Em relação a igual mês do ano anterior, o comportamento na Bahia foi de crescimento de 1,5%, sendo o sétimo consecutivo, enquanto no país a queda foi mantida (-1,0%). No acumulado do ano, as taxas foram positivas em 3,2% e 1,3%, tanto no âmbito estadual como no federal.

Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – realizada em âmbito nacional – e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.

A expansão nas vendas, em maio, se deve ao efeito base, uma vez que em igual período de 2022 as vendas recuaram 7,4%, ao aumento do salário mínimo, aos efeitos da desaceleração e deflação dos preços em algumas atividades que compõem o setor, como a de combustíveis, que registrou queda de 8,61%. Além disso, nesse mês, comemora-se o Dia das Mães, considerada a segunda melhor data para o setor. Entretanto, apesar do período ser um incentivo ao consumo, o crescimento das vendas não foi expressivo, já que o cenário econômico ainda é incerto, com as altas taxas de juros, crédito caro, elevados níveis de endividamento e inadimplência no mercado.

Atividade

Por atividade, em maio de 2023, os dados do comércio varejista do estado baiano, quando comparados aos de maio de 2022, revelam que três dos oito segmentos que compõem o indicador do volume de vendas registraram comportamento positivo. O crescimento nas vendas foi verificado nos segmentos de Combustíveis e lubrificantes (29,4%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (12,6%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (11,9%). Os demais segmentos apresentaram comportamento negativo, são eles: Móveis e eletrodomésticos (-1,6%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-13,5%), Tecidos, vestuário e calçados (-16,9%), e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-21,1%). No que diz respeito aos subgrupos, as vendas de Eletrodomésticos cresceram 5,8%. Enquanto as de Móveis e Hipermercados e supermercados retraíram 10,6%, e 2,7%, respectivamente.

Na série sem ajuste sazonal, o segmento de Combustíveis e lubrificantes, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação registraram as maiores influências positivas para o setor. O comportamento do primeiro é atribuído à deflação nos preços dos combustíveis. De acordo com os dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou nos meses de abril e maio de 2023, para o item Combustíveis (veículos) taxas de -1,16% e -8,61%, respectivamente, em Salvador/BA, sendo um dos produtos que mais contribuíram para a desaceleração verificada nesse mês em Salvador/BA (0,35%).

Por outro lado, a forte influência negativa para o setor veio do comportamento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, Móveis e eletrodomésticos e Tecidos, vestuário e calçados em função do peso que possuem para o Indicador do comércio varejista. Apesar da desaceleração no nível geral dos preços, a ampliação do consumo para os bens comercializado por esses setores se mostraram desfavoráveis, dado a pressão da inflação verificada nos grupos de alimentos e bebidas, artigo de residência, e vestuário.

Em relação a Material de construção, as vendas em maio recuaram em 0,6%, na comparação com o mesmo mês de 2022. Apesar de negativa, essa taxa mostra arrefecimento na queda das vendas da atividade, quando observada a do mês imediatamente anterior (-6,9%), podendo ser justificada pelo aumento do salário mínimo, verificado no mês atual. Para o acumulado dos últimos 12 meses a retração foi de -4,7%.